Noites traiçoeiras
- Larissa Freitas
- 4 de jan. de 2015
- 2 min de leitura
Às vezes a vida fica muito complicada. Está tudo bem planejado dentro da sua cabeça, mas nada acontece como você tinha previsto. Os improvisos começam no momento em que a primeira coisa dá errado e aí... não terminam mais. O problema dos improvisos é que por serem necessários em momentos de desespero, por virem tão inesperadamente, não são muito bem bolados e nem deixam a gente pensar em como isso vai afetar o próximo item da nossa Grande Lista.
Chamo de Grande Lista os planos que fazemos para que a nossa vida corra tranquilamente, sabe? Quando temos a doce ilusão de que pode-se passar anos e anos de calmaria até que você vá bater um papo pessoalmente com Deus. Então, quando você cai na real de que essa paz eterna só vai chegar quando você estiver no paraíso (agora, se você não for pra lá... bem... improvise!), começa a bolar planos reservas, para o caso do primeiro falhar. Mas, acredite, eles também não vão funcionar. Por mais que você ache que imaginou todos os cenários possíveis para caso tudo desandasse, na verdade, você não é tão esperto assim. Existem cenários imprevisíveis e são exatamente esses que vão surgir na sua vida.
O pânico começa a nascer dentro do seu coraçãozinho inocente e faz com que seu cérebro trabalhe arduamente para elaborar todas as cenas do desastre eminente, fazendo com que você tenha vontade de chorar e gritar "eu me rendo!" e se entregar ao seu infortúnio.
Até que, finalmente, a noite passa e o dia amanhece (sim, porque todo o caos acontece durante as horas de escuridão). Para não citar passagens bíblicas, cito uma música chamada Apesar de você, do Chico Buarque, que diz que "amanhã há de ser outro dia". O contexto da música é outro, mas esse trechinho em particular pode ser aplicado aqui.
Não sei se você realmente conseguiu dormir, mas isso não importa. O dia seguinte chegou, e com ele, virão as resoluções dos problemas. Elas são tímidas, não vêm todas de uma vez, mas aos pouquinhos elas vão chegando, se acomodando, aquietando sua alma que ainda há pouco estava desiludida.
Deixa a calma fluir por você. Entregue-se, sim, mas não a angústia. Entregue-se a confiança. Tenha fé de que tudo que não está em suas mãos, consequentemente não pode ser resolvido por você. Tenha a certeza de que fez a sua parte e se jogue no mar de esperança que existe em você, que existe em todo ser humano. Sei que é mais fácil falar do que fazer, e não estou aqui dizendo que as noites em claro nunca mais vão existir, mas tente se lembrar de que você não está sozinho, que a ajuda vai vir e que, realmente, amanhã vai ser outro dia.
Lembrete pessoal: Reler isso quando o desespero aparecer novamente.
Comentarios