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Crítica | Jessica Jones

  • Larissa Freitas
  • 16 de mar. de 2016
  • 3 min de leitura

Insistindo e aprendendo


Talvez você nunca tenha visto esta mocinha da foto aí de cima. Com sorte, já assistiu uma série chamada Apartament 23 ou pode ter conhecido um pouquinho da atuação dela em alguns episódios de Breaking Bad, mas no geral, ela não seria reconhecida por ninguém na fila do pão antes de interpretar Jessica Jones.


Eu admito que comecei a assistir este seriado pelo simples fato de que era sobre uma personagem do universo Marvel. Sou chegada em filmes e séries que envolvam super-heróis, então já tinha um motivo bom o suficiente pra dar play no primeiro episódio.


Acontece que eu não curti muito os primeiros episódios. Não era um problema com os atores (que a propósito, são muito bons), mas sim com o desenrolar da história. Achei tudo muito lento, com dramatizações desnecessárias, foi me dando um sono no meio de todo episódio que eu assistia e a gente bem sabe que isso nunca é um bom sinal. Só sei que desisti. Isso mesmo, gente. Eu, que vejo/leio qualquer coisa até o fim, mesmo não gostando, só para ter certeza absolutíssima de que não tem salvação, acabei ficando uns bons meses sem nem ver a cara da Krysten Ritter nessa jaquetinha de couro preta que é praticamente um uniforme.


Uma bela noite, meu noivo dormiu super cedo e eu estava sem um pingo de sono. Fiquei olhando o catálogo de filmes e séries no Netflix, esperando o sono aparecer (já que normalmente você dorme antes de ser capaz de decidir o que quer ver) e resolvi continuar assistindo Jessica Jones, seguindo aquela linha de raciocínio do “pelo menos, se eu dormir no meio do episódio, não vou estar perdendo nada de importante mesmo...” só que eu não dormi. Assisti vários episódios, um atrás do outro, e só fui dormir lá pelas quatro horas da manhã porque senão estaria só o pó no dia seguinte (sei que todo maratonista de seriado vai se identificar com isso).


Não sei ao certo o que que houve, mas de repente, a história desembala e você não consegue mais parar de assistir sem ficar pensando no que vai acontecer no próximo episódio. Depois deste dia, eu meio que torcia para meu noivo dormir logo só para eu poder continuar assistindo descontroladamente. Assim foi até o último episódio, que chegou cedo demais e deixou saudades.


(Krysten Ritter e David Tannent, como Jessica Jones e Kilgrave, respectivamente)

Jessica Jones é uma heroína meio grossa e antipática, mas que tem um bom coração. Se você der uma chance pra ela, tenho certeza que ela vai conquistar seu amor, ou senão, um pouquinho de consideração. Os outros personagens também te cativam aos pouquinhos, se tornando indispensáveis no decorrer da história. Tudo isso tirando o fato de que David Tennant interpreta tão bem o seu papel de vilão que você chega ao fim da série não suportando olhar pra cara dele. Inclusive, acho que vou esperar um pouquinho para assistir Doctor Who (ele é um dos atores que deu vida ao senhor do tempo).


Se o que eu te contei até agora não bastou, tem um outro bom motivo para você assistir, que é o fato de que eles citam o incidente dos alienígenas contra os vingadores (do filme, sabe?) que aconteceu em Nova York, além de ter personagens em comum com o Demolidor, outra série que te ganha aos pouquinhos e da qual vou falar em breve.


Fiquei tão encantada com Jessica Jones que me arrependi amargamente por ter enrolado tanto para terminar de assistir. Por favor, não cometa o mesmo erro que eu. Insista, eu prometo que tudo fica melhor depois de alguns episódios.


Falei tanto na cabeça do meu querido futuro marido, que ele está começando a aceitar a existência do seriado e fica me rondando, fazendo algumas perguntinhas como quem não quer nada. Tenho certeza que daqui a pouco ele vai dar só uma olhadinha e vai acabar maratonando e vindo comentar comigo, o que é exatamente o que eu quero que você faça.


Espero ter conseguido despertar uma faísca de curiosidade dentro de você, o suficiente para você procurar saber mais sobre a personagem nos quadrinhos, comparando as características físicas (que são muitas, diga-se de passagem) e emocionais, pesquisando sobre o vilão da história, e aos poucos criando a coragem para ir atrás do primeiro episódio, e com sorte, resistindo as primeiras barreiras do desinteresse.


Ah, e não esquece de vir debater comigo, tá? Estou sempre aguardando a opinião de vocês. Logo, logo eu volto pra conversar com vocês sobre outro seriado da Netflix, com um protagonista meio difícil de simpatizar também. Cá entre nós, eu bem acho que a Marvel desafiou a Netflix a tornar interessante os personagens de seu universo que não cativaram muitas pessoas. Se for isso mesmo, a Netflix está fazendo um ótimo trabalho.


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