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Resenha | A Cor Púrpura - Alice Walker

  • Larissa Freitas
  • 20 de jan. de 2018
  • 3 min de leitura

“Ela falou, Celie, fala a verdade, você alguma vez encontrou Deus na igreja? Eu nunca. Eu só encontrei um bando de gente esperando ele aparecer. Se alguma vez eu senti Deus na igreja foi o Deus que eu já tinha levado comigo. E eu acho que todo o pessoal também. Eles vão pra igreja para repartir Deus, não pra achar Deus.”


(A Cor Púrpura - Página 228)


“Aqui tá a coisa, Shug falou. A coisa que acredito. Deus tá dentro de você e dentro de todo mundo. Você vem pro mundo junto com Deus. Mas só quem procura essa coisa lá dentro é que encontra. E às vez ela se manifesta mesmo se você num tá procurando, ou num sabe o que que tá procurando. Os problema fazem isso pra maioria das pessoa, eu acho (...)”.


(A Cor Púrpura - Página 230)


“Você tá dizendo que Deus é vaidoso? Eu perguntei.

Não, ela falou. Num é vaidoso, só quer repartir uma coisa boa. Eu acho que Deus deve ficar fora de si se você passa pela cor púrpura num campo qualquer e nem repara.

E o que ele faz quando tá fora de si? Eu perguntei.

Ah, ele faz outra coisa. As pessoa acham que agradar a Deus é tudo que interessa a ele. Mas qualquer idiota no mundo pode ver que ele sempre tá é tentando agradar a gente de volta.”.


(A Cor Púrpura - Página 231)



Sobre Nunca Parar de Lutar


Eu quis começar com essas quotes porque me identifiquei demais da conta com o que é dito nelas. Se você quiser ler a sinopse antes de ler o que tenho pra falar sobre esse livro espetacular, clique aqui. Lá vou eu:


Esse é um livro obrigatório pra qualquer pessoa. É sério, amigos. É pra ler o mais rápido possível porque o conhecimento que ele contém é necessário pra nossa vida ser melhor.


Estou completamente impactada e só consigo pensar que deveria ter lido este livro antes. Talvez não. Talvez eu não teria sentido isso que estou sentindo agora se tivesse lido em outro período. É difícil ser objetiva sobre algo que adiciona tanto pra alma da gente, mas vou tentar.


A Cor Púrpura” é muito mais do que a história das lutas de uma mulher, das lutas dos negros, das lutas do amor... É sobre as batalhas da alma, mesmo. Sobre como podemos perder essas batalhas diversas vezes durante nosso percurso, mas no fim, vencer a guerra.


Você pode achar que é impossível se identificar com Celie, já que todos os horrores que ela passa no livro, jamais chegamos perto de passar. Acontece que a história não precisa conter situações semelhantes às que vivemos, mas sim, sentimentos. E se tem um livro capaz de fazer você ficar sobrecarregado de empatia, é esse aqui.


Um pouco de pureza e maldade se misturam em todos os personagens, assim como nas pessoas do nosso mundo “real”. Conflitos internos que a maioria enfrenta todos os dias e conflitos externos que, infelizmente, a minoria ainda é obrigada a encarar.


Lemos ali a história que poderia ser, facilmente, de qualquer mulher negra que viveu não só na mesma época (entre 1900 e 1940), mas até os dias atuais, em qualquer canto do mundo. Isso me deixa triste e feliz ao mesmo tempo. A tristeza vêm por razões bem óbvias, mas a felicidade é por saber que existem mulheres fortes que nem Celie, Sofia, Nettie, Shug e Mary Agnes, capazes de fazer de suas vidas o que bem entenderem, mesmo quando nadar contra a corrente parece não trazer nada além de exaustão. Mesmo quando parece impossível.


Se Celie conseguiu ser feliz, se ela conseguiu vencer sua própria guerra e sair viva dela, posso acreditar que nossa força é infinita e que somos, realmente, capazes de tudo.


Quando o livro termina, o raio da compreensão te atinge com força e você percebe que nunca foi sobre ser invencível. Foi sobre nunca parar de lutar.


Ah! Dani, obrigada por me fazer ter pressa pra ler “A Cor Púrpura”, miga. Serei eternamente grata!






Você sabia?

Existe uma adaptação cinematográfica! Indicado em diversas categorias ao Oscar do ano seguinte, o filme foi lançado em 1985 e, além de ser dirigido por Steven Spelbierg, tem no elenco grandes nomes como Whoopi Goldberg (Mudança de Hábito), Danny Glover (Máquina Mortífera) e Oprah Winfrey (em sua primeira atuação nas telinhas). Saiba mais aqui.





Informações Adicionais: Título: A Cor Púrpura Autora: Alice Walker Editora: José Olympio/Grupo Editorial Record Média de preço: R$: 32,00 Sinopse e Opções de compra: Saraiva e Cultura


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